segunda-feira, 25 de abril de 2011

A ESCRAVIDÃO DO RELÓGIO CHEGA Á ALIMENTAÇÃO

 A McDonaldização dos hábitos alimentares

O que nem Taylor, tampouco Ford poderiam imaginar é que seus procedimentos seriam apropriados pelas empresas que prestam serviços e atendimento direto ao consumidor final, como no caso das cadeias de lanchonetes e restaurantes que operam no sistema de fast-food. A própria terminologia “Fast-Food” é indicativa do sentido de rapidez e produtividade introduzidos e referendados pelos procedimentos do Fordismo e do Taylorismo.
Quando se referem aos métodos que utilizam, essas redes de serviços de alimentação apregoam as vantagens decorrentes da agilidade e da presteza relacionadas ao produto final que oferecem a seus consumidores.
Se alimentar fora de casa, hábito incorporado muito recentemente, a partir do advento da Revolução Industrial e do surgimento dos restaurantes, sempre demandou um tempo relativamente longo por parte das pessoas que estavam envolvidas no processo produtivo.
Quando pensamos nos restaurantes que oferecem serviço “à la carte”, temos que imaginar que os procedimentos utilizados nesses estabelecimentos incluem a seleção dos pratos pelos clientes, o encaminhamento do pedido através do maitre ou do garçom para a cozinha (isso quando não passa pela gerência que coordena as movimentações do restaurante), a seleção dos ingredientes pelo chef (cozinheiro), o preparo da iguaria e, posteriormente o servir empreendido pelos garçons.
Os restaurantes que padronizaram o sistema de “fast-food” reduziram consideravelmente os procedimentos, economizaram no atendimento ao tirar de cena os garçons e estabelecerem que os pedidos devem ser feitos diretamente no caixa; diminuíram o tempo de produção e conseqüentemente de espera em relação ao pedido ao adotarem a sistemática de produzir tudo previamente ou de deixar o trabalho totalmente segmentado para que o prato requisitado possa ser feito em questão de minutos e, constituíram uma dinâmica de trabalho tão direcionada a rapidez que dificilmente alguma pessoa se senta num estabelecimento dessa natureza e fica mais tempo do que aquele necessário para o consumo de seus pedidos.
O estabelecimento dessa rapidez nos serviços também proporcionou o surgimento de produtos que pelo fato de serem produzidos em série, utilizando os mesmos procedimentos e matérias-primas, também são caracterizados como padronizados. Abriu-se mão da sofisticação, dos sabores diferenciados, da experimentação em função da praticidade, da velocidade e, por que não dizer, da produtividade não apenas dentro das próprias lojas, mas também em favor das sociedades e comunidades onde as mesmas estão estabelecidas.
Na prática significa dizer que restaurantes como o McDonald’s (considerado pelos especialistas como a matriz dos procedimentos no setor de alimentação) colaboram com a agilização do sistema capitalista ao proporcionarem um horário de “refeições” que se resume a alguns minutos.

MACHADO, João Luís de Almeida . A ESCRAVIDÃO DO RELÓGIO CHEGA Á ALIMENTAÇÃO . Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/novo/impressao.asp?artigo=306>. acesso em:  abr. de 2011.

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